A
filosofia da mente faz uma reflexão entre o homem e a tecnologia, onde o humano
convive com a máquina, e a mente de um usuário da Internet convive com o
ciberespaço. No processo de civilização humano sempre esteve presente a
técnica, um processo circular em que o homem cria a tecnologia e dela sofre
influência. Os artefatos criados pelo homem são incorporados a seu ser que, daí
em diante, considera o objeto como parte integrante de seu organismo. A
evolução humana sempre esteve marcada pela técnica, pois o homem, desde o
início dos tempos, cria instrumentos com objetivo de facilitar seu trabalho.
Computadores, máquinas
informatizadas, configurações unindo hardware e software, são utensílios que
fazem do homem um ser ciborgue que se move simultaneamente no real e no
virtual. Essa união entre o humano e o virtual chama-se parabiose. Uma união
com influência nos processos psicológicos humanos. Alguns pesquisadores afirmam
que a informática e artefatos criados ao longo da evolução humana, não nos
deixaram mais inteligentes, visto que apenas alteram as tarefas diárias. Do
ponto de vista dos sistêmicos, existe uma soma entre a pessoa e o artefato
criado por ela. Dessa união surge o novo ciborgue. Da ficção do passado de um
homem de “seis milhões de dólares”, até o ciborgue atual, a diferença crucial é
que o ciborgue atual custa bem menos. O novo ciborgue se move ao mesmo tempo no
virtual e no real, ao incorporar componentes que multiplicam e agilizam sua
capacidade de pensar e de se mover no tempo e no espaço. Nesse caso, um outro
problema se apresenta: estamos nos encaminhando para o pós-humano ou tão
somente potencializando o hiper-humano. O filósofo da mente quer desvendar mais
um mistério, mais uma peça do enigmático quebra-cabeça humano: nossa mente. E
com isso, a tecnologia em um processo mimético (imitação), recria o homem a
imagem e semelhança do próprio homem, que por sua vez vê sua imagem refletida
em uma máquina pensante. O homem realmente parece ser a medida para todas as
coisas. De tudo isso, o fato é que temos seres transplantados, com próteses,
marca-passo, seres geneticamente modificados e com a libido potencializada,
seres que vão se modificando na medida da necessidade. Mulheres, homens e
crianças conectados a uma inteligência artificial produzindo, a partir desta
integração, um ser parabiótico essencialmente diferente do Homo sapiens.
Formando assim uma inteligência sem limite para o desenvolvimento humano. Isso
só é possível porque seres humanos possuem a capacidade de incorporar
instrumentos criados por eles.
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