13/04/2009

O HOMEM DE SEIS MILHÕES DE DÓLARES

A filosofia da mente faz uma reflexão entre o homem e a tecnologia, onde o humano convive com a máquina, e a mente de um usuário da Internet convive com o ciberespaço. No processo de civilização humano sempre esteve presente a técnica, um processo circular em que o homem cria a tecnologia e dela sofre influência. Os artefatos criados pelo homem são incorporados a seu ser que, daí em diante, considera o objeto como parte integrante de seu organismo. A evolução humana sempre esteve marcada pela técnica, pois o homem, desde o início dos tempos, cria instrumentos com objetivo de facilitar seu trabalho.
Computadores, máquinas informatizadas, configurações unindo hardware e software, são utensílios que fazem do homem um ser ciborgue que se move simultaneamente no real e no virtual. Essa união entre o humano e o virtual chama-se parabiose. Uma união com influência nos processos psicológicos humanos. Alguns pesquisadores afirmam que a informática e artefatos criados ao longo da evolução humana, não nos deixaram mais inteligentes, visto que apenas alteram as tarefas diárias. Do ponto de vista dos sistêmicos, existe uma soma entre a pessoa e o artefato criado por ela. Dessa união surge o novo ciborgue. Da ficção do passado de um homem de “seis milhões de dólares”, até o ciborgue atual, a diferença crucial é que o ciborgue atual custa bem menos. O novo ciborgue se move ao mesmo tempo no virtual e no real, ao incorporar componentes que multiplicam e agilizam sua capacidade de pensar e de se mover no tempo e no espaço. Nesse caso, um outro problema se apresenta: estamos nos encaminhando para o pós-humano ou tão somente potencializando o hiper-humano. O filósofo da mente quer desvendar mais um mistério, mais uma peça do enigmático quebra-cabeça humano: nossa mente. E com isso, a tecnologia em um processo mimético (imitação), recria o homem a imagem e semelhança do próprio homem, que por sua vez vê sua imagem refletida em uma máquina pensante. O homem realmente parece ser a medida para todas as coisas. De tudo isso, o fato é que temos seres transplantados, com próteses, marca-passo, seres geneticamente modificados e com a libido potencializada, seres que vão se modificando na medida da necessidade. Mulheres, homens e crianças conectados a uma inteligência artificial produzindo, a partir desta integração, um ser parabiótico essencialmente diferente do Homo sapiens. Formando assim uma inteligência sem limite para o desenvolvimento humano. Isso só é possível porque seres humanos possuem a capacidade de incorporar instrumentos criados por eles.



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