30/11/2010

A GUERRA CIVIL


A mais excelente obra da natureza, o Homem, é um lobo devorador de outros lobos, e o estado um grande monstro marinho chamado Leviatã, criado para proteção e defesa daqueles que não conseguem sobreviver naturalmente. O grande Leviatã possui uma alma artificial, sua soberania. O poder executivo, legislativo e judiciário nos lembram de que devemos cumprir com o dever, mas é a riqueza e a prosperidade dos integrantes do estado que dão a ele força e segurança. Estão nas mãos deste corpo político, a justiça, as leis, a saúde, a guerra civil e a morte, a razão e a vontade. E assim o estado tem aquele “Fiat”, “faça-se a luz”, de um Deus na criação. Mas quando a alma do grande Leviatã enfraquece devido a corrupção de seus membros, o monstro cai e caos toma conta. Semelhante a isso acontece quando nós não cuidamos bem de nossos filhos, eles acabam sendo adotados por traficantes que dão a eles o que eles têm de melhor, as drogas. Não vamos nos enganar, pois o mal possui sua inteligência e se organiza através dela. Por isso o grande Leviatã, que deveria promover a segurança pública, se vê, as vezes, enfraquecido por um outro tipo de inteligência maligna e devastadora. O Brasil tem se tornado refúgio para traficantes em fuga e rota de tráfico para a Europa. A luta contra o narcotráfico não é tarefa fácil devido ao tamanho de nossas fronteiras e pela vizinhança que nos cerca como Bolívia, Peru e Colômbia, grandes produtores de cocaína. Tanto nossas fronteiras terrestres como marítimas possuem tamanho continental. Vigiar fronteiras, porto e aeroportos, que transportam pessoas e cargas faraônicas, tornou-se um grande desafio para este grande estado brasileiro. Um outro tipo de inteligência está se infiltrando no Brasil oriundo de drogas e promotora de um sistema financeiro que, como qualquer outro sistema financeiro, precisa de capital para se manter. A miséria de uns e a ganância de outros, mantém o crescimento veloz do narcotráfico. Por tudo isso o Rio de Janeiro está vivendo uma verdadeira guerra civil. Há quem afirme que o inimigo seja outro e está a se perguntar pelos promotores do tráfico, controle de milícias na área, venda de segurança etc. Tudo bem! A alma do grande Leviatã está enfraquecida sim, seja por um motivo ou por outro. São tantos os motivos que já não importam mais. O tráfico tem que acabar. E o Brasil tem que mostrar que possui um forte Leviatã.
Eliani Gracez Nedel

17/11/2010

O GRANDE MAL DO SÉCULO

Qual será o grande mal deste século? Com certeza será aquele que matará um número maior de pessoas. Entre os concorrentes ao primeiro lugar estão as drogas, a guerra no trânsito e a depressão. Uma briga de Titãs, onde seres humanos perdem suas vidas, dignidade e decência. A desestrutura familiar, pessoal, problemas na educação, insegurança, imaturidade, irresponsabilidade, ausência de valores, falta de ideal, modismo, ou simplesmente por não saber o que fazer com a própria vida, são apontados como os grandes vilões na história das drogas. Drogas são substâncias químicas e, em grande parte, responsáveis pela violência que assola o Brasil. Entre as drogas o Crack tem se demonstrado a mais devastadora devido a rapidez com que causa dependência e degeneração físico e mental, levando rapidamente seu usuário a morte. Por um motivo ou por outro, o Crack está se tornando a maior de todas as “epidemias”. Mas tem quem pense que o mal do século seja a depressão e ansiedade. A melancolia do passado sobreviveu ao tempo, passeou pelo medievo com o nome de “loucura” e chegou ao nosso século. Quem ainda não tomou remédio para esse mal? O problema se tornou grave por não haver diferenciação entre quem realmente tem necessidade de química para regular seu humor, e quem está apenas triste. Por isso, um número cada vez maior de pessoas apostam em antidepressivos para encontrar a felicidade. Um remédio e pronto, tudo estará resolvido. Mas, no mundo do artificial, onde o ser humano uniu-se de forma parabiótica a máquina, e se tornou Ciborg, a alegria também tende a se tornar igualmente artificial, movida por drogas, bebida alcoólica e antidepressivos, e, é claro, Viagra. E o que dizer da guerra diária?! Quem não se sente um sobrevivente no final do dia ao chegar em casa? Ufa! Cheguei! Não é assim mesmo? O Brasil produz o equivalente a uma cidade de mutilados do trânsito quase que diariamente. Uma verdadeira carnificina divulgada diariamente nos jornais de todo Brasil. Para piorar a situação, o governo brasileiro acredita que vai resolver o problema criando novas leis. Criar leis é fácil, o difícil é encontrar quem as cumpra. O lamentável da história é que a situação está para piorar, pois aumenta a cada ano o número de carros, de motos, de drogados e, sobretudo, de infelizes em busca da tal felicidade.
Eliani Gracez Nedel