18/09/2020

O Poder diz quem manda e quem obedece


 Eliani Gracez

Quando se reflete sobre algo multifacetado como o poder em uma sociedade, a primeira coisa a se verificar são suas instituições. Nas instituições o poder é sacramentado, mesmo sendo uma instituição de caridade. É o poder que irá nos dizer quem manda e quem obedece, quem receberá ajuda e quem será abandonado.  A verdadeira corrupção acontece quando são privatizadas as riquezas que deveriam ser de todos e não somente de alguns, e em nome de um inexpressivo e ilusório crescimento. Assim, as verdadeiras elites aparecem, aquela desenvolvida dentro do Estado e detentora do poder, e aquela que vem de fora e interfere nas relações dentro do Estado. Temos então uma elite poderosa e uma ameaça invisível à igualdade social. A elite que vem de fora imbeciliza a elite do Estado, pois saqueia o verdadeiro poder, as riquezas naturais do Estado. Esse espólio é legitimado pelo pensamento de que ao vender uma instituição que sofreu corrupção pelos seus membros, a corrupção possa acabar. Sendo que a maior de todas as corrupções acontece quando uma elite manipula a riqueza deixando o resto na pobreza, dividindo em dois polos e dando origem ao preconceito. Um extermínio semelhante ao de Auschwitz, porém agora sem grades tem início, deixando de fora das riquezas naturais àqueles que legitimamente são seus donos, o povo. Nessa tarefa de espólio da sociedade, não podemos deixar de apontar a culpa de intelectuais que só porque leram uma, duas ou mais bibliotecas inteiras, se acham no direito de legitimar sua pseudociência. Não existe conhecimento que não passe pela experiência, portanto, não adianta decorar centenas de livros se o intelectual de gabinete não passou pela luta da sobrevivência diária pela qual passa o povo. Sem a experiência o conhecimento se esvai e a idiotização toma conta, e pseudocientistas afloram.