20/04/2010

EM NOME DE DEUS

Quanta crueldade, e logo em teu nome meu Deus! Por trás da face do bem reside a essência do mal, dizia Oscar Wild. E culpar os homossexuais por tudo isso, além de cruel é demonstração de ignorância e preconceito. Lobos disfarçados de cordeiro é isso o que eles são. A bíblia nos avisa da existência deles. A essa altura vocês já sabem do que eu estou falando: da pedofilia na igreja católica, é claro. Casos de problemas com o celibato e denúncias de abuso sexual, nunca foram tão evidentes quanto agora. A sociedade sempre soube de um caso aqui outro ali, onde padres pulavam a cerca e tinham encontros furtivos com mulher, mas com meninos e meninas, isso revolta o estômago até mesmo do mais crente. Pedofilia de batina, é assim que está sendo chamado o caso. A quantidade de denúncia de casos de pedofilia no mundo é tão grande, que a igreja desmoralizada, perdeu o controle sobre a situação. Ao colocar panos quentes em cima do problema para não denegrir a imagem da igreja, acabaram dando aos padres pedófilos a tranquilidade da impunidade. A igreja que enfiou goela a baixo sua fé em um Deus masculino, com a cruz em uma mão, a espada em outra, e a fogueira por punição, já queimou mulheres e homens vivos, já torturou, já tirou sangue de seres humanos, e agora mais essa. O alvo desta vez são nossas crianças, considerados por eles anjos. Quanta falsidade, quanta sujeira escondida, quanta maldade em nome de Deus. Mas o que choca, nesse caso, não é somente a situação em si, é também o descaso da cúpula da igreja ao tratar do problema como se ele não fosse grave. Se a igreja pensa que maltratar meninos e meninas não é uma falta tão grave assim, a sociedade tem que demonstrar que o ato é desumano demais para ser tratado com o descaso que tem sido tratado, não confiando mais crianças e adolescentes a padres que usam do seu status para taras sexuais. Alguém tem que por fim a toda essa sujeira. Está nas mãos da sociedade demonstrar seu repúdio por essa situação, porque se depender da igreja, isso ainda vai longe, e muito sangue inocente será derramado. A ideia, por parte da igreja, não é a de colocar na cadeia os padres pedófilos, e sim encaminhá-los para tratamento psicológico. Além de tudo, os pedófilos de batina vão ganhar terapeuta de graça. Resta saber se a terapia será em um SPA, servidos por inocentes anjos. Com licença, mas eu vou vomitar.


O RACISMO HOJE

Desde os primórdios da civilização o homem escraviza seu semelhante, revelando assim seu lado perverso e dominador. O desconhecimento do motivo pelo qual estamos neste planeta, levou o homem a usar sua força equivocadamente. Ao invés de se tornar um deus criador de bondade, tornou-se o lobo do próprio homem. Na antiguidade, as guerras terminavam com o perdedor sendo escravizado ou torturado até a morte. Em outra época, os negros tornaram-se o alvo da escravidão. Navios negreiros, vindos da África, atravessaram os oceanos carregando “mercadoria” humana. Mas a necessidade de autoafirmação do homem não para por aí, deficientes, mulheres e pobres, tiveram também uma página nessa história sangrenta da “civilização” humana. Na visão de mundo que temos do passado, está presente a representação da exclusão em sua forma mais violenta e sanguinária que o mundo já viu. Não podemos deixar de lembrar o horror do holocausto na segunda guerra mundial, e nem a maldade da klu klux klan pela supremacia da raça branca nos Estados Unidos. Com as mudanças das últimas décadas, houve uma tentativa de unir raças, povos e crenças. Mas a exclusão social ainda deixa sua marca, pois a miséria, em alguns países, está longe de ser resolvida. Por outro lado, a mulher contemporânea deu um salto para a liberdade, e os Estados unidos superaram o racismo ao eleger um presidente negro. A vitória de Barack Obama foi mais do que uma vitória política, foi a vitória contra o racismo. No Brasil, a dívida para com os negros está sendo paga com cotas em universidades. Uma tentativa polêmica para diminuir a desigualdade social. A polêmica se forma quando pensamos que a “cota” pode ser uma sutileza do próprio racismo. Para compor este artigo, fiz uma pesquisa de opinião com alguns negros. Mesmo entre eles não há unanimidade. Alguns dizem que são capazes de competir com igualdade com os brancos, sendo a “cota” tão somente um racismo disfarçado, pois a lei que instituiu as “cotas” é fruto de uma política desigual, por não tratar brancos e negros como aquilo que eles são: iguais. Outros afirmam que a discriminação do passado gerou desigualdade que pode ser compensada com “cotas” para estudantes em universidades. Seja como for, a polêmica deve ser resolvida através do diálogo aberto a toda sociedade. Mas, isso nos diz que não solucionamos ainda o problema do racismo no Brasil.