Desde
os primórdios da civilização o homem escraviza seu semelhante, revelando assim
seu lado perverso e dominador. O desconhecimento do motivo pelo qual estamos
neste planeta, levou o homem a usar sua força equivocadamente. Ao invés de se
tornar um deus criador de bondade, tornou-se o lobo do próprio homem. Na
antiguidade, as guerras terminavam com o perdedor sendo escravizado ou
torturado até a morte. Em outra época, os negros tornaram-se o alvo da
escravidão. Navios negreiros, vindos da África, atravessaram os oceanos
carregando “mercadoria” humana. Mas a necessidade de autoafirmação do homem não
para por aí, deficientes, mulheres e pobres, tiveram também uma página nessa
história sangrenta da “civilização” humana. Na visão de mundo que temos do
passado, está presente a representação da exclusão em sua forma mais violenta e
sanguinária que o mundo já viu. Não podemos deixar de lembrar o horror do
holocausto na segunda guerra mundial, e nem a maldade da klu klux klan pela
supremacia da raça branca nos Estados Unidos. Com as mudanças das últimas
décadas, houve uma tentativa de unir raças, povos e crenças. Mas a exclusão
social ainda deixa sua marca, pois a miséria, em alguns países, está longe de
ser resolvida. Por outro lado, a mulher contemporânea deu um salto para a
liberdade, e os Estados unidos superaram o racismo ao eleger um presidente
negro. A vitória de Barack Obama foi mais do que uma vitória política, foi a
vitória contra o racismo. No Brasil, a dívida para com os negros está sendo
paga com cotas em universidades. Uma tentativa polêmica para diminuir a
desigualdade social. A polêmica se forma quando pensamos que a “cota” pode ser
uma sutileza do próprio racismo. Para compor este artigo, fiz uma pesquisa de
opinião com alguns negros. Mesmo entre eles não há unanimidade. Alguns dizem
que são capazes de competir com igualdade com os brancos, sendo a “cota” tão
somente um racismo disfarçado, pois a lei que instituiu as “cotas” é fruto de
uma política desigual, por não tratar brancos e negros como aquilo que eles
são: iguais. Outros afirmam que a discriminação do passado gerou desigualdade
que pode ser compensada com “cotas” para estudantes em universidades. Seja como
for, a polêmica deve ser resolvida através do diálogo aberto a toda sociedade.
Mas, isso nos diz que não solucionamos ainda o problema do racismo no Brasil.
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