Somos
seres pensantes e por isso diferentes dos animais. Mas o que se passa em nosso
cérebro? De que forma mente e pensamentos interferem em nosso cotidiano? A
filosofia da mente é um campo do saber que desperta muitas inquietações, um
campo arrojado que pretende trazer uma luz para questões humanas ao pesquisar
sobre o conteúdo mental, inteligência artificial e qualia. Perguntas do tipo:
seriam estados mentais estados cerebrais? O pensamento está diretamente
atrelado ao cérebro ou seria ele uma outra dimensão do humano? O que é um
pensamento? Onde estão nossos pensamentos? Porque pensamos? Como pensamos? O
certo é que se um neurocirurgião abrir nosso cérebro não encontrará
pensamentos, porque a natureza dos fenômenos mentais é invisível. Isso nos faz
pensar que embora invisível o pensamento existe. Questões desse tipo e que
ainda estão para serem resolvidas, instigam pesquisadores da mente. A filosofia
da mente usa também resultados de pesquisa empírica sobre o funcionamento do
cérebro. Pesquisas sobre inteligência artificial, que pretendem produzir robôs
pensantes, e a neurociência, que pretende fotografar a consciência fazendo uso
da neuroimagem, são aliados dos filósofos da mente. O cérebro começa a ser
desvendado a partir de 1950 com a neurociência, embora no Egito antigo já se
realizassem cirurgias no cérebro chamadas de Trepanação. Esse tipo de
procedimento cirúrgico visava estudar o funcionamento do cérebro dos faraós
após a morte. Os faraós eram considerados enviados dos deuses e seu cérebro e
mente despertava curiosidade, também eram realizadas cirurgias em pessoas
comuns como os escravos. Pessoas que muitas vezes caiam e batiam com a cabeça
formando coágulo no local da lesão. Retirado o coágulo sanguíneo, aqueles que
sobrevivessem, poderiam retornar ao trabalho e levar uma vida normal. Mas é em
1960 com o surgimento da inteligência artificial, que visa replicar a
inteligência humana para uso de programas de computador e construção de robôs
pensantes, que a filosofia da mente aparece no cenário filosófico. Em poucas
décadas a inteligência artificial teve um desenvolvimento extraordinário,
causando impacto sobre a filosofia da mente e enfatizando a importância do
papel que a configuração das nossas mentes desempenha na construção do mundo. A
busca pela relação mente e cérebro está apenas começando, é precisa saber onde
termina a neurofisiologia e onde começa a psicologia. Mas, pelo que parece,
filósofos da mente terão que partilhar o mundo com robôs, andróides e
ciborgues.
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