Nietzsche vai até a origem do “bom e do
“mau” para demonstrar que esses dois conceitos foram transvalorado nas mãos dos
sacerdotes a partir de uma luta de poder físico impelido pelos aristocratas
contra o poder espiritual dos sacerdotes. Na gênese da moral humana, segundo
Nietzsche, está a origem do conceito de “bom” e de “mau”. Uma análise
etimológica e histórica das circunstâncias em que o homem criou para si o
conceito de “bom” e “mau”. Etimologicamente a origem do “bom” se refere àquilo
que é nobre e aristocrático, e posteriormente, como em um salto, faz-se uso da
palavra “bom” para designar a nobreza de espírito. O mesmo acontece com a
palavra “mau” que serve para designar vulgar e plebeu. O “bom” e o “mau” servem
para dar superioridade a uma classe em detrimento da outra. O “bom” não pode
ser confundido com o “bem”. O “bem” pressupõe uma ação, já o “bom” pressupõe a
nobreza da condição de caráter e manifestação de poder. Portanto, na origem do
“bom” e “mau” pode ser encontrada uma constituição física para uma valoração da
moral. Posteriormente, é a casta sacerdotal que transforma o “bom” e “mau” em
um conceito espiritual de “puro e impuro”. Essa transformação ocorre pelo
confronto entre a casta sacerdotal e a classe dos guerreiros aristocráticos. Um
confronto entre um juízo físico de poder contraposto a um juízo espiritual
interiorizado. E pela impotência dos sacerdotes, o ódio e a vingança entram em
cena. Os sacerdotes
judeus vingam-se de seus inimigos aristocratas com uma transvaloração de
conceitos. Os miseráveis passaram a ser os bons, e os beatos são os únicos
abençoados. Mas os nobres e poderosos serão eternamente maus.
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