Segundo
Clarissa Pinkola Estés, Toda mulher tem anseio pelo que é selvagem. “Não
importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente
quatro patas.” A mulher é indomável, mesmo que ao longo do tempo tenha sofrido
um excessivo adestramento. Meu gênio é indomável, pavio curto, instintiva,
farejadora, gosto do olho no olho! A terra espiritual da mulher selvagem é
minha terra. Não tenho medo da morte, temo viver sem ela, o que seria da vida
sem mudança. Mas quem compreende uma loba?, todos preferem a adestrada
criatura, afinal, ela é dócil e obediente. Eu...obediente?! Nem pensar! Está
para nascer quem irá me adestrar. A mulher selvagem e os lobos foram temidos
pelos homens, temidos pelo seu poder, o poder da noite, da lua, do uivo e do
olhar hipnótico. A mulher loba desobedece as regras, ela tem uma vida vibrante
no mundo interno e externo. A força da mulher vem dessa loba interior. A mulher
selvagem luta por outras mulheres, ela resgata o feminino, mesmo sendo
rotulada, violentada e chamada de louca. A loba encontra sua matilha e ocupa
seu corpo com segurança e orgulho, e sabe cuidar de si. De mim cuido eu! A
mulher selvagem está por trás de toda escritora, pensadora, dançarina... Nossa
arte é visceral. A mulher selvagem sabe sentir, pensar e amar. Ela é quem se
enfurece diante da injustiça, ela é quem traz um filho ao mundo, ela é quem nos
mantém vivas. Mas tem quem prefira a outra, adestrada e polida!
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