Eliani Gracez
No período medieval, “loucos”, prostitutas, excluídos do meio
social e pessoas que não se ajustavam moralmente, eram enclausurados em
hospícios e tratados como doentes mentais. Francamente, é difícil de dizer qual
loucura foi maior, se a cura da loucura ou a loucura da cura. Com relação à
depressão, talvez estejamos ainda com a mesma dificuldade que os medievais.
Parece que nos dias de hoje, todos viraram depressivos. Quem ainda não tomou
remédio para esse mal? Cuidado, pois corremos o risco de nos tornar uma
sociedade de dependentes químicos, seja pelo uso de drogas alucinógenas, ou,
pelo consumo indiscriminado de medicamentos para regular o humor. Se no passado
colocavam em manicômios “loucos”, prostitutas e desajustados sociais, nos dias
atuais, a confusão foi apenas repaginada, ainda permanece a dificuldade em
determinar quem realmente tem necessidade de química para regular seu humor, e
quem está apenas triste. Mas no mundo do artificial, a alegria também tende a
se tornar igualmente artificial, movida por drogas, bebidas alcoólicas e
antidepressivos. Para piorar a situação, tem aqueles casos sem cura, nem toda
doença mental tem cura. Existem casos de mentes perturbadas e com ruptura total
da realidade. Psicóticos, esquizofrênicos etc., vivendo exclusivamente em seu
mundo mental, arquitetando planos com riqueza de detalhe e, em alguns casos,
com requinte de crueldade. A mente dessas pessoas não para, não as deixa em
paz. Por sorte, se é que há alguma, psicóticos são mais raros de serem encontrados.
Com tanto avanço tecnológico, a mente do ser humano ainda está para ser
desvendada. Questões do tipo – onde se formam nossos pensamentos e o que é
consciência, ainda não estão suficientemente esclarecidas. Neurocientistas e
filósofos da mente são irmãos desunidos, cada qual com sua teoria. Alguns
neurocientistas reduzem tudo a conexão neuronal ou sinapse, embora nem todos
concordem com esse reducionismo que pouco tem contribuído, afinal, somos mais
do que um cérebro. Somos seres dotados também de consciência, sofremos e
sentimos dor.
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