A vida imita a arte.
Primeiro nos tornamos cyborg, a exemplo do homem de seis milhões de dólares.
Agora a vida recria o Admirável mundo novo, de Aldous Huxley. Criamos o
Admirável mundo novo ao sacrificar o espírito em detrimento de um mundo
artificial movido pela técnica. O espírito é considerado, nesse caso, uma
realidade menor e por isso ele é tratado como algo secundário. Um Admirável
Mundo Novo que comete os mesmos erros do velho mundo. No passado eram os
escravos, hoje são as máquinas a substituí-los. No passado eram as conquistas
que insuflavam o homem. Por um pedaço de terra nova o conquistador vendia sua
alma. Hoje, o conquistador vende sua alma por dinheiro. A quem serve esta
civilização que se diz moderna? Ao deus Pluto, deus do dinheiro, que por ser
cego não vê aquém ele entrega suas bênçãos, se a honestos trabalhadores ou a
homens corruptos. O que se pode esperar de um deus que, segundo a mitologia,
Zeus cegara para castigar aos homens. Mas o homem do velho mundo e o homem do
mundo novo ainda querem a mesma coisa – felicidade. No novo mundo não tem mais
lugar para o ditador, para o medo e a tortura, não tem mais lugar para a dor e
o sofrimento. No admirável mundo novo, criado por Huxley, o Soma, uma droga sem
efeitos colaterais liberada pelo governo para dissipar a dúvida e insegurança,
mantém o povo sob controle, servidão e obediência. E assim, o povo feliz com o
Soma não questiona a realidade. As crianças, nesse novo mundo, aprendem sobre
sexualidade desde a mais tenra idade. No Admirável mundo novo criado por nós,
inspirados por Huxley, não haverá preconceito pela opção sexual de cada pessoa.
O governo emitirá uma cartilha incentivando ao homossexualismo, e assim
resolverá o problema do preconceito pela opção sexual sofrida injustamente por
algumas pessoas. No mundo novo todos serão iguais, sexualmente falando, todos
serão flex. Assim o estado cumpre com seu papel: manter o bem geral. E aqueles
que desejarem uma vida autêntica, serão tratados como selvagens que se recusam
ao adestramento. Huxley profetizou uma sociedade futurista condicionada
mentalmente por uma droga distribuída pelo governo, nesta sociedade não haveria
lugar para o questionamento, a ansiedade, a depressão e a infelicidade. Tudo
seria controlado quimicamente. Trata-se de ficção de uma mente engenhosa, resta
saber se a vida irá novamente imitar a arte.
2 comentários:
Acredito que só o fato de sobreviver é uma arte.
Uma dura arte, pois temos muitos desáfios bons e ruins.
Ao longo do tempo o conhecimento muda os conceitos.
Muita coisa boa surge, mas também um lado sombrio não se separa.
É a arte de se viver que geração após geração vivenciará. Mudando e transformando muita coisa para o bem e muita coisa para o mau. E vice-versa.
O homem é composto de luz e sombras
A escuridão faz parte de nós e não é necessariamente ruim uma vez que serve de contraste à luz. A arte está em tirar o melhor de ambas as facetas da vida, até o destino final.
Postar um comentário