27/04/2011

O PRIMEIRO SER ARTIFICIAL

Criamos o artificial a imagem e semelhança de uma perfeição que não possuímos. Um idealismo, com certeza, que veio para suprir as falhas humanas. A necessidade de criar uma vida artificial vem de longa data. No princípio eram as trevas que reinavam sobre a terra. Não havia internet, celular, Facebook, computador etc, somente trevas. E o homem então disse: faça-se a luz. E a luz foi feita. O homem então separou a luz das trevas e criou a ideia de céu acima da terra. O homem criou um céu perfeito com várias moradas para todos os gostos. Não importa quão imperfeita seja a pessoa aqui na terra, ela ainda assim irá para um céu perfeito, criado pelo homem imperfeito. Sobreveio a tarde e a manhã, foi o primeiro dia da criação. No segundo dia o homem criou a ideia de Deus, não a nossa imagem e semelhança, mas sim imortal e superior em perfeição. Um Deus pai que já nasceu moderno, afinal, Ele cuida de seus filhos sem o auxilia da mulher. No terceiro dia, o homem, ao observar sua criação, percebeu que um Deus tão soberano, necessitava de leis perfeitas para julgar os homens. Os homens criaram então mandamentos, leis, normas, regimentos, constituições, leis perfeitas compatíveis com o Deus da perfeição. No terceiro dia o homem percebeu que não era suficiente criar uma ideia de céu e de Deus, começou então a criar a vida artificial na terra. Começou criando a Inteligência Artificial. No quarto dia o homem percebeu que tal inteligência era boa e resolveu unir-se a ela para ampliar seu poder, e com isso se parecer um pouco com o Deus perfeito criado por ele. Tudo foi feito, segundo o homem, com ética. Na vida artificial, o trabalho da ética é questionar a moral artificial. No quinto dia o homem olhou à criação e percebeu que necessitava de trabalhadores artificiais, criou então robôs e máquinas. E, é claro, criou o computador para gerenciar as máquinas. Uma vez criado os trabalhadores artificiais, o homem percebeu que poderia ser feliz, não vamos pensar em uma felicidade natural, é claro, isso seria demais. Unido a inteligência artificial, no sexto dia, o homem criou o SOMA. Uma espécie de remédio para acabar com o sofrimento humano. Drogas do prazer, da alegria, anestésicos, analgésicos, ansiolíticos, enfim! No sétimo dia o homem contemplou sua obra e viu que tudo era bom, tomou um comprimido para dormir e só então pode descansar em paz.

Um comentário:

Malagoli disse...

Gostei; muito bem elaborado. Parabéns!