07/06/2011

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO


A vida imita a arte. Primeiro nos tornamos cyborg, a exemplo do homem de seis milhões de dólares. Agora a vida recria o Admirável mundo novo, de Aldous Huxley. Criamos o Admirável mundo novo ao sacrificar o espírito em detrimento de um mundo artificial movido pela técnica. O espírito é considerado, nesse caso, uma realidade menor e por isso ele é tratado como algo secundário. Um Admirável Mundo Novo que comete os mesmos erros do velho mundo. No passado eram os escravos, hoje são as máquinas a substituí-los. No passado eram as conquistas que insuflavam o homem. Por um pedaço de terra nova o conquistador vendia sua alma. Hoje, o conquistador vende sua alma por dinheiro. A quem serve esta civilização que se diz moderna? Ao deus Pluto, deus do dinheiro, que por ser cego não vê aquém ele entrega suas bênçãos, se a honestos trabalhadores ou a homens corruptos. O que se pode esperar de um deus que, segundo a mitologia, Zeus cegara para castigar aos homens. Mas o homem do velho mundo e o homem do mundo novo ainda querem a mesma coisa – felicidade. No novo mundo não tem mais lugar para o ditador, para o medo e a tortura, não tem mais lugar para a dor e o sofrimento. No admirável mundo novo, criado por Huxley, o Soma, uma droga sem efeitos colaterais liberada pelo governo para dissipar a dúvida e insegurança, mantém o povo sob controle, servidão e obediência. E assim, o povo feliz com o Soma não questiona a realidade. As crianças, nesse novo mundo, aprendem sobre sexualidade desde a mais tenra idade. No Admirável mundo novo criado por nós, inspirados por Huxley, não haverá preconceito pela opção sexual de cada pessoa. O governo emitirá uma cartilha incentivando ao homossexualismo, e assim resolverá o problema do preconceito pela opção sexual sofrida injustamente por algumas pessoas. No mundo novo todos serão iguais, sexualmente falando, todos serão flex. Assim o estado cumpre com seu papel: manter o bem geral. E aqueles que desejarem uma vida autêntica, serão tratados como selvagens que se recusam ao adestramento. Huxley profetizou uma sociedade futurista condicionada mentalmente por uma droga distribuída pelo governo, nesta sociedade não haveria lugar para o questionamento, a ansiedade, a depressão e a infelicidade. Tudo seria controlado quimicamente. Trata-se de ficção de uma mente engenhosa, resta saber se a vida irá novamente imitar a arte.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que só o fato de sobreviver é uma arte.
Uma dura arte, pois temos muitos desáfios bons e ruins.
Ao longo do tempo o conhecimento muda os conceitos.
Muita coisa boa surge, mas também um lado sombrio não se separa.
É a arte de se viver que geração após geração vivenciará. Mudando e transformando muita coisa para o bem e muita coisa para o mau. E vice-versa.

Anônimo disse...

O homem é composto de luz e sombras
A escuridão faz parte de nós e não é necessariamente ruim uma vez que serve de contraste à luz. A arte está em tirar o melhor de ambas as facetas da vida, até o destino final.