Criamos o artificial a imagem e semelhança de uma perfeição que não possuímos.
Um idealismo, com certeza, que veio para suprir as falhas humanas. A
necessidade de criar uma vida artificial vem de longa data. No princípio eram
as trevas que reinavam sobre a terra. Não havia internet, celular, Facebook,
computador etc, somente trevas. E o homem então disse: faça-se a luz. E a luz
foi feita. O homem então separou a luz das trevas e criou a ideia de céu acima
da terra. O homem criou um céu perfeito com várias moradas para todos os
gostos. Não importa quão imperfeita seja a pessoa aqui na terra, ela ainda
assim irá para um céu perfeito, criado pelo homem imperfeito. Sobreveio a tarde
e a manhã, foi o primeiro dia da criação. No segundo dia o homem criou a ideia
de Deus, não a nossa imagem e semelhança, mas sim imortal e superior em
perfeição. Um Deus pai que já nasceu moderno, afinal, Ele cuida de seus filhos
sem o auxilia da mulher. No terceiro dia, o homem, ao observar sua criação,
percebeu que um Deus tão soberano, necessitava de leis perfeitas para julgar os
homens. Os homens criaram então mandamentos, leis, normas, regimentos,
constituições, leis perfeitas compatíveis com o Deus da perfeição. No
terceiro dia o homem percebeu que não era suficiente criar uma ideia de céu e
de Deus, começou então a criar a vida artificial na terra. Começou criando a
Inteligência Artificial. No quarto dia o homem percebeu que tal inteligência
era boa e resolveu unir-se a ela para ampliar seu poder, e com isso se parecer
um pouco com o Deus perfeito criado por ele. Tudo foi feito, segundo o homem,
com ética. Na vida artificial, o trabalho da ética é questionar a moral
artificial. No quinto dia o homem olhou à criação e percebeu que necessitava de
trabalhadores artificiais, criou então robôs e máquinas. E, é claro, criou o
computador para gerenciar as máquinas. Uma vez criado os trabalhadores
artificiais, o homem percebeu que poderia ser feliz, não vamos pensar em uma
felicidade natural, é claro, isso seria demais. Unido a inteligência
artificial, no sexto dia, o homem criou o SOMA. Uma espécie de remédio para
acabar com o sofrimento humano. Drogas do prazer, da alegria, anestésicos,
analgésicos, ansiolíticos, enfim! No sétimo dia o homem contemplou sua obra e
viu que tudo era bom, tomou um comprimido para dormir e só então pode descansar
em paz.
27/04/2011
06/04/2011
A FORÇA DA NATUREZA PLANETÁRIA
Uma usina nuclear causa
menos danos ambientais do que uma usina hidrelétrica, dizem especialistas no
assunto. A Suíça e Alemanha suspenderam a construção de novas usinas nucleares,
já o Brasil pretende até 2030 construir mais quatro novas usinas nucleares. Tem
quem afirme que é um exagero comparar o acidente nuclear em Fukushima com o
acidente em Chernobyl, visto que a tecnologia atual é bem mais desenvolvida do
que na época do acidente em Chernobyl. Exagero ou não, vários são os países que
possuem esse tipo de usina, e tudo o que se tem de certeza é que enquanto elas
estiverem sob controle humano, não há porque nos preocuparmos com elas. O
problema não são as usinas nucleares em si, mas sim a incontrolável força da
natureza. O homem é tão pequeno diante da grandeza planetária que do céu nós
nem somos vistos. Do céu, tudo o que se vê é um planeta azul. O planeta azul
devora seus filhos assim como os filhos devoraram o planeta. Não tivemos
piedade da natureza planetária, porque ela teria piedade de nós. Tememos a
força da natureza, mas a natureza não nos teme. Não somos fortes o suficiente
para enfrentar seu potencial irracional. Nós somos razão, ela é vontade e
poder. O homem mais poderoso do mundo nada mais é diante da força da natureza.
Como controlar o incontrolável? Encontramos aqui uma justificativa
suficientemente plausível para repensar a construção de novas usinas nucleares.
Porque nem tudo está sob nosso controle. E o dia que a natureza rebelde e
incontrolável resolver agir sem pedir permissão, a catástrofe será certa. Por
isso o risco de um acidente nuclear é maior do que se possa imaginar.
Analisando as conquistas humanas, podemos perceber que a tecnologia tem se
desenvolvido a passos largos nas últimas décadas. As vitórias, nos mais
variados campos científicos, são incontestáveis. No entanto, devemos nossas
conquistas não a tecnologia, mas sim a uma natureza originária que possibilitou
o desenvolvimento da vida humana sobre o planeta. Na observação da natureza
reside o berço da filosofia, da medicina, da ciência etc. A natureza é
incontrolável porque a criatura não pode dominar seu criador. Se uma usina
nuclear causa pouco dano ao ambiente, o ambiente pode causar muito dano a uma
usina nuclear. Como seria, aqui no Brasil, se acontecesse um acidente nuclear?
Ou será que o Brasil está imune as forças da natureza?
03/04/2011
TEMPO DE DESPERTAR
A natureza do tempo é igual a qualquer outra
natureza rebelde e devastadora, caso não seja controlada. Pensando bem, talvez,
na natureza do tempo estejam contidas todas as demais naturezas, inclusive a
brevidade da vida, pois os anos de vida transcorrem rápidos, velozes, e quando
nos damos de conta, a vida se foi. Não seria melhor cuidar do tempo como quem
cuida de um bem. Se as pessoas fizessem um balanço de sua existência e vissem
quanto tempo gastam em disputas de poder, quanto tempo perdido com brigas,
quanto tempo perderam falando mal de alguém e cuidando da vida alheia, quanto
tempo foi gasto com ódio e ira, ou, chorando por um amor não correspondido. ―
Quanto tempo perdido! Veriam então que pouco tempo sobrou para a felicidade. O
lamentável de tudo isso é que muitas pessoas somente se darão de conta disso,
quando já não houver mais verdadeiramente tempo, quando o relógio da vida tiver
encontrado seu fim. Cronos, cujo nome na mitologia grega significa tempo,
engolia seus filhos para que pudesse reinar absoluto sobre a face da terra.
Como bons filhos de Cronos que somos, estamos todos presos ao tempo até que o
anjo da morte, Hades, nos sequestre. Cronos, o tempo, e, Hades, o anjo da
morte, dois poderosos Titãs, governam majestosamente a vida sobre este planeta.
Passamos a vida no ventre do tempo para um dia sermos sequestrados,
abruptamente e quando menos esperamos, por ele, o senhor da morte. Mas não
vamos nos preocupar, afinal, há tempo para tudo ─ tempo para nascer, tempo para
crescer, tempo para amar e tempo para despertar. Embora a morte nos cause
assombro, quem sabe, a pior morte seja aquela que acontece sem que nos demos de
conta. A pior morte é a vida vazia e inútil. Lembro-me agora de Aristóteles:
“ótimo é aquele que de si mesmo conhece todas as coisas; bom, o que escuta os
conselhos dos homens judiciosos. Mas o que por si não pensa, nem acolhe a
sabedoria alheia, esse é, em verdade, um homem inteiramente inútil”. Se você é
uma daquelas raras pessoas que vivem suas vidas intensamente, creio que sua
escolha foi a de enfrentar os problemas de frente, sem mascarar ou camuflar as
dificuldades, sem drogas e sem Prozac. Não paralisou sua vida e nem tornou ela
tediosa. Não se tornou um problema para si mesmo e nem para outras pessoas. Por
certo, você abandonou velhos costumes e aderiu ao novo. Deu um novo ritmo a sua
existência na medida em que deslizou por ela adquirindo conhecimento.
Compreenda que foi para isso que você veio ao mundo, e não somente para nascer,
crescer, reproduzir e morrer. Faça sua vida valer a pena de ser vivida, faça a
diferença entre os mortos vivos que andam por aí. Não se torne somente um número,
um CPF ou um RG a mais neste planeta. VIVA!
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