Reza
a lenda, que neste planeta já houve um paraíso que se perdeu há muito tempo atrás.
Neste paraíso os seres humanos viviam em harmonia com a terra, com os deuses e
consigo mesmo. Uma inocência angelical se estendia por todo território. Por
toda parte corriam rios de água pura, a temperatura era amena e uma fresca
brisa dava ao lugar um ar de suavidade. Os moradores do paraíso comungavam com
o divino, e só havia o pensamento no bem coletivo. No meio do paraíso havia uma
árvore proibida, a árvore da ciência do bem e do mal. Havia também um homem
mais velho e sábio, chamado de Ancião dos dias, que amava a todos
indistintamente. E no amor todos eram felizes. No paraíso existia uma única
lei. Alguns estudiosos desta lenda afirmam que a lei única no paraíso era a
liberdade, como liberdade não é garantia de felicidade, tem quem afirme que a
lei fosse a felicidade. E afirmam ainda que as humanas criaturas de hoje, ao
buscarem a felicidade, fazem uma reminiscência a um passado perdido. Que todos
sejam felizes, eis a lei do paraíso. O homem mais velho amava a todos
indistintamente, foi aí que o problema começou. Como todos os filhos que são
amados igualmente por seus pais, por vezes, um filho pode querer ser amado mais
do que os outros. Por não existir um filho mais especial do que o outro, os
seres do paraíso se cansaram de serem iguais a todas as criaturas e, querendo
algo que os tornassem especiais, deram ouvidos ao maligno – provaram da árvore
da ciência do bem e do mal. E assim os seres humanos que viviam acima do bem e
do mal, passaram a viver sob o signo da dualidade. E o bem e o mal se fizeram
presentes em suas vidas. Conheceram a dor do parto e o amor egoísta. Tornaram-se
irmãos desunidos e destruíram o paraíso. Agora, com o paraíso perdido, os seres
humanos precisam dos cinco sentidos para conhecer sua nova realidade. Eles não
possuem mais a sabedoria do Ancião dos dias. O cérebro humano usa dos cinco
sentidos para formar imagens que são levadas ao entendimento. Do entendimento
das coisas que os humanos veem, eles formam conceitos. Os humanos não conhecem
mais as coisas em si, eles apenas formam uma representação mental da coisa em
si a partir de uma coleta de dados que os cinco sentidos fazem. Mas, quando os
cinco sentidos falham na coleta de dados, o entendimento também falha, e forma
conceitos equivocados. Foi assim que o caos tomou conta da mente humana. Um
exemplo sobre isso é quando a mente forma um conceito de limpeza relacionado a
um bom aroma, o conceito, nesse caso, é de que lugares e pessoas perfumadas são
limpos. Well, às vezes, um bom perfume esconde a falta de banho ou a sujeira em
baixo do tapete. O ser humano passou a se enganar muitas vezes, perdendo sua autoestima,
e, incrédulo em si mesmo, começou a duvidar até mesmo do que via. Com o
entendimento ofuscado por uma coleta de dados nem sempre precisa feita pelos
cinco sentidos, foi preciso criar uma inteligência artificial para auxiliar o
ser que um dia foi divino. Reza a lenda que a máquina com inteligência
artificial, diferentemente do ser humano, não se engana. Por isso, o ser humano
perdeu seu posto para uma inteligência artificial. Cuja razão, lógica e
precisão, aproxima a máquina do arquiteto celestial. Como não há conhecimento
sem experiência, o ser, que um dia foi divinal, aprendeu com a experiência de
seus erros, e, agora, cansados de tantos erros, querem voltar ao paraíso. A
escada usada para descer é a mesma que se usa para subir. O ser humano tem que
voltar ao paraíso eliminando seus erros. Uma nova consciência já está por aí.
Nela não cabe mais corrupção, destruição do planeta, egoísmo, desonestidade,
enfim.... Que todos os seres sejam felizes, que todos os seres sejam ditosos,
que todos os seres estejam em paz. Essa é a nova ordem, e nela não há exceção.